Após um trabalho contínuo de mais de quatro décadas, o ergonomista Eric Wang foi escolhido em 2012 para ocupar a presidência da tradicional entidade de ergonomia IEA (International Ergonomics Association).
Durante sua carreira, Wang conta que aliou os conhecimentos teóricos de um professor - e atual coordenador da área de Fatores Humanos e Ergonomia no Programa do Departamento de Engenharia Industrial da Universidade Nacional de Tsing Hua, em Hsinchu, Taiwan - a exemplos práticos acompanhados por meio de suas pesquisas.
Muitos destes estudos são relacionados ao ambiente de trabalho, o que lhe rendeu uma visão diferenciada da relação entre Ergonomia e Saúde e Segurança do Trabalho. De forma simples e dinâmica, o pesquisador contou um pouco de sua trajetória na IEA e compartilhou esta visão em entrevista concedida à repórter Priscilla Nery Rocha durante a realização da Jornada Abergo 2013, evento que ocorreu paralelamente à Expo Proteção em São Paulo.
Como surgiu seu interesse por Ergonomia?
Comecei a trabalhar com Ergonomia em 1997. Desde então, tenho desenvolvido projetos ergonômicos para diversas áreas. No início, atuava bastante na interface entre computadores e o ambiente ocupacional. Em seguida, tive a oportunidade de desenvolver pesquisas na área de Ergonomia e segurança no segmento de aviação.
Trabalhei avaliando os riscos ergonômicos e de segurança no controle de trafego aéreo devido a erros de origem organizacional, principalmente devido à pressão da chefia, erros de comunicação e sobrecarga cognitiva exigida nas tarefas com predomínio de sistemas complexos de informações. Desenvolvi pesquisas neste meio nos últimos 10 anos. Meu trabalho mais atual é com segurança de pacientes em ambiente hospitalar.
De que forma o senhor desenvolveu cada um destes trabalhos?
Falando sobre a área de computação, logo no começo, desenvolvemos um grande banco de dados sobre Antropometria [ciência que observa medidas corporais e de instrumentos de trabalho, a fim de viabilizar mais conforto ao trabalhador, além de prevenir doenças], ou seja, dados da população de Taiwan em relação às medidas antropométricas.
Este banco de dados é útil até hoje, pois contém informações sobre a relação entre pessoas e tecnologia. O que muda é o tipo de tecnologia. Antes, as pessoas utilizavam desktops, em seguida notebooks, Ipads, etc. Estudamos sobre como tornar esta interface mais ergonômica, como deixar a relação entre pessoas e computadores mais simples, livre de incômodos.
Como adaptar esta tecnologia da melhor forma às necessidades humanas, sem comprometer a saúde e a qualidade de vida. Já na área de segurança do paciente em ambiente hospitalar, segundo estatísticas, há vários tipos de erros que podem comprometer as condições de trabalho e o bom relacionamento.
Não são erros que ocorrem durante o atendimento médico, e sim erros de gestão, durante a marcação de consultas, exames e cirurgias, na estocagem de medicamentos. Ou seja, toda essa logística de segurança que envolve as questões hospitalares. Atuo nesta área.
Durante sua carreira, Wang conta que aliou os conhecimentos teóricos de um professor - e atual coordenador da área de Fatores Humanos e Ergonomia no Programa do Departamento de Engenharia Industrial da Universidade Nacional de Tsing Hua, em Hsinchu, Taiwan - a exemplos práticos acompanhados por meio de suas pesquisas.
Muitos destes estudos são relacionados ao ambiente de trabalho, o que lhe rendeu uma visão diferenciada da relação entre Ergonomia e Saúde e Segurança do Trabalho. De forma simples e dinâmica, o pesquisador contou um pouco de sua trajetória na IEA e compartilhou esta visão em entrevista concedida à repórter Priscilla Nery Rocha durante a realização da Jornada Abergo 2013, evento que ocorreu paralelamente à Expo Proteção em São Paulo.
Como surgiu seu interesse por Ergonomia?
Comecei a trabalhar com Ergonomia em 1997. Desde então, tenho desenvolvido projetos ergonômicos para diversas áreas. No início, atuava bastante na interface entre computadores e o ambiente ocupacional. Em seguida, tive a oportunidade de desenvolver pesquisas na área de Ergonomia e segurança no segmento de aviação.
Trabalhei avaliando os riscos ergonômicos e de segurança no controle de trafego aéreo devido a erros de origem organizacional, principalmente devido à pressão da chefia, erros de comunicação e sobrecarga cognitiva exigida nas tarefas com predomínio de sistemas complexos de informações. Desenvolvi pesquisas neste meio nos últimos 10 anos. Meu trabalho mais atual é com segurança de pacientes em ambiente hospitalar.
De que forma o senhor desenvolveu cada um destes trabalhos?
Falando sobre a área de computação, logo no começo, desenvolvemos um grande banco de dados sobre Antropometria [ciência que observa medidas corporais e de instrumentos de trabalho, a fim de viabilizar mais conforto ao trabalhador, além de prevenir doenças], ou seja, dados da população de Taiwan em relação às medidas antropométricas.
Este banco de dados é útil até hoje, pois contém informações sobre a relação entre pessoas e tecnologia. O que muda é o tipo de tecnologia. Antes, as pessoas utilizavam desktops, em seguida notebooks, Ipads, etc. Estudamos sobre como tornar esta interface mais ergonômica, como deixar a relação entre pessoas e computadores mais simples, livre de incômodos.
Como adaptar esta tecnologia da melhor forma às necessidades humanas, sem comprometer a saúde e a qualidade de vida. Já na área de segurança do paciente em ambiente hospitalar, segundo estatísticas, há vários tipos de erros que podem comprometer as condições de trabalho e o bom relacionamento.
Não são erros que ocorrem durante o atendimento médico, e sim erros de gestão, durante a marcação de consultas, exames e cirurgias, na estocagem de medicamentos. Ou seja, toda essa logística de segurança que envolve as questões hospitalares. Atuo nesta área.
Como ocorreu seu ingresso na International Ergonomics Association?
Esta é uma história longa. Atuava na Associação de Ergonomistas em Taiwan anos atrás, e incentivei que a associação local fizesse parte da IEA. Em 2001, fui presidente desta associação em Taiwan. Na última gestão da IEA, anterior a 2012, fui eleito secretário geral da entidade. Então, ano passado, durante o Congresso da IEA em Recife/PE, fui eleito presidente. Portanto, o Brasil tem grande importância para mim, marcou um momento importante da minha trajetória.
Esta é uma história longa. Atuava na Associação de Ergonomistas em Taiwan anos atrás, e incentivei que a associação local fizesse parte da IEA. Em 2001, fui presidente desta associação em Taiwan. Na última gestão da IEA, anterior a 2012, fui eleito secretário geral da entidade. Então, ano passado, durante o Congresso da IEA em Recife/PE, fui eleito presidente. Portanto, o Brasil tem grande importância para mim, marcou um momento importante da minha trajetória.
Geralmente, os presidentes da IEA são americanos ou europeus. Para o senhor, é importante representar outra nação nesta posição?
Sim, com certeza. Sou o primeiro presidente da IEA vindo do povo chinês. Acredito que seja o segundo representante da Ásia. O primeiro foi um professor japonês, eleito em 1982. Ou seja, precisamos de 30 anos para termos um novo presidente de origem asiática. A IEA tem mais de 50 anos. Espero que, no futuro, possamos reduzir este intervalo e eleger mais representantes de outros continentes, como da própria Ásia e América do Sul.
Sim, com certeza. Sou o primeiro presidente da IEA vindo do povo chinês. Acredito que seja o segundo representante da Ásia. O primeiro foi um professor japonês, eleito em 1982. Ou seja, precisamos de 30 anos para termos um novo presidente de origem asiática. A IEA tem mais de 50 anos. Espero que, no futuro, possamos reduzir este intervalo e eleger mais representantes de outros continentes, como da própria Ásia e América do Sul.
A entidade desenvolve atividades no Brasil?
Atualmente, nossa representante no Brasil é a Abergo. Como presidente da IEA, convido pessoas para trabalharem comigo. Um destes convidados é o presidente da Abergo, José Orlando Gomes. Ele está assumindo o Conselho de Educação e Certificação, fazendo esta ponte entre a IEA e o Brasil.
Acredito que esta aproximação entre a entidade e os ergonomistas brasileiros, com José Orlando ocupando esta posição, é importante para todos. Vamos trabalhar juntos para desenvolver ferramentas que contribuam para a melhor formação de nossos profissionais. Educação é a base para a promoção da Ergonomia e ambientes saudáveis.
A Abergo tem um papel importante no desenvolvimento da Ergonomia na América Latina. Outra expectativa nossa é que a experiência brasileira sirva de parâmetro para outros países como a África, por exemplo. Queremos realizar um trabalho de divulgação e aproximação com aqueles países do continente africano, pois apenas duas nações africanas desenvolvem algum trabalho com Ergonomia. Este é um grande desafio para a Abergo.
Entrevista à jornalista Priscilla Nery Rocha.
Confira a entrevista completa na edição de novembro da Revista Proteção.
Atualmente, nossa representante no Brasil é a Abergo. Como presidente da IEA, convido pessoas para trabalharem comigo. Um destes convidados é o presidente da Abergo, José Orlando Gomes. Ele está assumindo o Conselho de Educação e Certificação, fazendo esta ponte entre a IEA e o Brasil.
Acredito que esta aproximação entre a entidade e os ergonomistas brasileiros, com José Orlando ocupando esta posição, é importante para todos. Vamos trabalhar juntos para desenvolver ferramentas que contribuam para a melhor formação de nossos profissionais. Educação é a base para a promoção da Ergonomia e ambientes saudáveis.
A Abergo tem um papel importante no desenvolvimento da Ergonomia na América Latina. Outra expectativa nossa é que a experiência brasileira sirva de parâmetro para outros países como a África, por exemplo. Queremos realizar um trabalho de divulgação e aproximação com aqueles países do continente africano, pois apenas duas nações africanas desenvolvem algum trabalho com Ergonomia. Este é um grande desafio para a Abergo.
Entrevista à jornalista Priscilla Nery Rocha.
Confira a entrevista completa na edição de novembro da Revista Proteção.
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