segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Encontro impulsiona luta contra doenças, acidentes e mortes no trabalho

Data: 08/11/2013 / Fonte: JusBrasil 

São José dos Campos/SP - CSP-Conlutas, central sindical à qual o Sintrajud é filiado, realiza, de 8 a 10 de novembro, o 1º Encontro Nacional de Saúde dos Trabalhadores, na sede do Sindicato dos Petroleiros, em São José dos Campos (SP). Com o aumento da exploração e do ritmo de trabalho no Brasil e no mundo, a Organização das Nações Unidas (ONU) chegou a reconhecer como alarmante o crescimento dos índices de doenças ocupacionais, acidentes e mortes no local de trabalho.

No Encontro, representantes sindicais e especialistas em saúde do trabalhador vão debater e votar um programa de luta voltado ao combate dessa realidade.

Apesar do grande desenvolvimento tecnológico, cada vez mais trabalhadores morrem no local de trabalho ou em decorrência de doenças ocupacionais. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), por dia cinco mil pessoas morrem em todo mundo vítimas de acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho. São três mortes a cada minuto.

Ainda segundo a OIT, no primeiro semestre de 2013, aproximadamente 86% das mortes ocorridas no local de trabalho foram causadas por doenças e acidentes ocupacionais.

No Brasil, em 2011, foram registradas quase três mil mortes em decorrência de acidentes de trabalho. Nosso país atualmente ocupa o quarto lugar no ranking mundial, com mais de 701 mil ocorrências, ficando atrás apenas da China, dos Estados Unidos e da Rússia.

Outro dado preocupante é o aumento do número de doenças mentais relacionadas ao trabalho. Segundo o Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho da Previdência Social, os chamados transtornos mentais e comportamentais estão se transformando nas principais causas de concessões de auxílio-doença acidentários. Em 2011, foram 12.337 casos, que se dividem em episódios depressivos, reações ao estresse grave e transtornos de adaptação.

Conivência do governo

O governo federal tem sido conivente com esta terrível realidade, já que não implementa uma política de fiscalização e punição das empresas que lesionam e descumprem as normas de segurança.

A Previdência Social, muitas vezes, age como parceira dessas empresas, ao não reconhecer doenças do trabalho ou ao não relacionar, formalmente, essas doenças com a atividade econômica, como é o caso das montadoras. Isso faz com que o trabalhador tenha dificuldade em provar que sua lesão está relacionada à atividade profissional. Quem sai ganhando são os patrões, que além de terem total liberdade para demitir os lesionados, ainda pagam menos impostos ao INSS.

Outra proposta do governo que deve piorar ainda mais as condições de trabalho é o Projeto de Lei 4330, que pretende acabar com os limites da terceirização. Estudos do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) mostram que, a cada dez acidentes de trabalho no Brasil, oito acontecem com terceirizados. São esses trabalhadores que recebem os menores salários e cumprem as maiores jornadas.

O Encontro será um importante momento para discutir as experiências e realidades de várias categorias e construir um programa de lutas que ponha fim nos acidentes e mortes no local de trabalho e pressione os governos a acabar com reformas que atacam a saúde dos trabalhadores.

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